quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Dons Espirituais e Ministérios

Dons Espirituais e Ministérios

Não podem ser negligenciados

Vem do Espírito

Devem se completar como um corpo

Assim, quem tem 1 não pode se achar mais do que os outros

O amor é superior aos outros dons

Os dons devem ser buscados, principalmente o de profetizar

Quem fala em línguas fala com Deus e edifica-se a si mesmo

Se estiver falando aos outros, não se deve falar em línguas, pode falar em línguas no meio da pregação ou profecia, mas não falar apenas em línguas

O uso desordenado causa escândalo

As profecias devem ser julgadas pela igreja

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

O sofrimento faz parte da nossa história. Mas a esperança também!

“O sofrimento faz parte da nossa história. Mas a esperança também.”
Israel Belo de Azevedo

“Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo”.
Jo 16:33 NVI

Diferente do que encontramos no Antigo Testamento, a fidelidade ou a veracidade das palavras de Jesus ou dos seus seguidores não é validada por uma vida próspera e uma velhice tranquila. Muito pelo contrário, tanto a vida de Jesus quanto a fé dos seguidores são marcadas por perseguições, aflições, angústias e muito sofrimento. O próprio Jesus não tem uma velhice tranquila e próspera, nem tem uma velhice, nem seus discípulos tiveram, e o próprio Jesus afirma que as aflições do mundo são a realidade de quem deseja seguí-lo.

Apesar disso, vemos que seus discípulos permanecem em seus ensinamentos, vemos uma grande expansão do número de seguidores quase imediata, vemos Pedro, Paulo e Tiago falando sobre alegria da perseguição, as pessoas se dispondo a esse sofrimento de maneira inacreditável. Por que?

“Eu venci o mundo”, disse Jesus. Ele não apenas disse, Ele entregou a vida para mostrar.

Em sua morte essa vitória não fica clara. Muitos discípulos voltaram a seus antigos afazeres quando o viram morto. Alguns não acreditaram quando ouviram da ressurreição. Estavam desiludidos a desamparados… sofrendo. E pararam.

Mas o nosso Senhor se mostra fiel, digno de crédito e misericordioso! Se mostra a cada um de seus discípulos, renova a Fé e a esperança na vitória sobre o mundo.

Não é privilégio nosso o sofrimento ou o desânimo, todos os discípulos passam por isso, mas o nosso Senhor, fiel, digno de crédito e misericordioso há de se mostrar em meio a nossa dor, e renovará a nossa esperança.

Que estejamos atentos à história dos discípulos no caminho de Emaús.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Grupos Operativos

Trabalhar com grupos nem sempre é simples, além da grande dificuldade em lidar com o grupo, conseguir seu afeto e respeito, há a questão da relevância do grupo. Simplesmente formar um grupo não significa grande coisa, precisamos nos questionar sobre o que o grupo está gerando nos participantes.

O conceito de grupos operativos nos ajuda a formar e alcançar objetivos com grupos de pessoas onde haja um foco de aprendizagem. O objetivo é identificar e remover empecilhos à um determinado aprendizado por um movimento dialético.

A dialética se dá entre posições antagônicas no grupo, no caso de um grupo homogêneo, o coordenador pode gerar uma reflexão sobre um posicionamento do grupo, a síntese dos antagonismos representa uma evolução.

Repare que este é, ou deveria ser, sempre, o objetivo de qualquer reunião religiosa.

A relevância dos grupos operativos está no método.

A observação do porta-voz é um ponto importante. O conceito de porta-voz, em grupos operativos, nos leva a considerar a influência do grupo no individuo e nas atitudes do indivíduo como uma expressão de um comportamento do grupo, por exemplo, um aluno isolado pode estar sendo discriminado pelo grupo. Uma pessoa irritada pode estar sendo perturbada pelo grupo, etc. Esta ideia é muito utilizada na terapia familiar, quando uma criança tem problemas emocionais verifica-se como é sua relação com os pais, seu dia-a-dia, etc. Com base nesse conceito, ao fazermos uma análise vertical (de um indivíduo) podemos supor um comportamento horizontal (do grupo).

Outro conceito interessante é o do bode expiatório. O bode expiatório é alguém que manifesta um comportamento rejeitado pelo grupo. É importante perceber e avaliar o motivo e se o grupo realmente deveria rejeitar o comportamento.

Na prática, para se realizar um exercício, define-se uma tarefa e um coordenador verifica, não se a tarefa está sendo executada mas, como o grupo interage e como cada participante reage no desempenho da tarefa.

Caso tenha se interessado seguem dois artigos nos quais me baseio para este post:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-24902012000100007
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-88092010000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Deserto

"Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face
Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio
Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente."
Sophia de Mello Breyner Andresen

Andresen, descrevendo seu "encontro" com o divino, mostra uma perspectiva religiosa contemplativa e uma divindade passiva. Para mim, pentecostal e fundamentalista, ao menos num primeiro momento esta parece ser uma perspectiva muito distoante da bíblica, mas uma análise mais atenciosa me levou a outras conclusões.
No primeiro verso a autora descreve pontos que poderíamos chamar de condições para um encontro real com a divindade. Já na segunda linha ela fala sobre o que na filosofia é chamado de esvaziamento, condição necessário para se adquirir um conhecimento puro e livre de preconceitos. Numa perspectiva religiosa cristã essa ideia se assemelha a santificação. Já no Antigo Testamento, temos a lavagem do sacerdote como requisito para o labor religioso[1] e ainda no Novo Testamento temos a repetição deste processo, agora, através da Palavra[2]. Mas o paralelo mais gritante é a ideia de morte do "velho homem" seguida de um novo nascimento, condição essencial para a comunhão com Deus[3].
Na terceira linha, ao falar sobre o abandono de qualquer tipo de intermediário, a autora se encontra com uma das quebras de paradigma que encontramos no Novo Testamento em relação ao Antigo.
A autora descreve seu encontro de maneira totalmente independente de "atravessadores". A autora não se descreve ouvindo através de guias, ídolos ou qualquer tipo de ícone. O encontro é totalmente independente. Ao olharmos para o Antigo Testamento vemos uma religião bastante diferente: ninguém, a não ser o sumo sacerdote, entra no lugar santíssimo; quando Deus quer falar, fala através de um profeta. Há a possibilidade de que tenhamos, no livro de Jó, uma quebra deste paradigma quando Jó declara que antes ouvia mas então passa a ver o Senhor[4], mas alguns podem considerá-lo um sacerdote dado que ele começa sua história sacrificando. Inegável, porém, é que esta quebra é, no mínimo, anunciada nos profetas[5][6]. Fato é que esta quebra só é ampla no NT, e recebe destaque por seus diversos autores[7][8]. O próprio Jesus, ao ensinar sobre a oração, aconselhou-nos a orar em local reservado, longe da vista dos outros[9]. Ponto relevante é que na perspectiva cristã "a fé vem pelo ouvir", aqui parece haver um contrassenso, mas é importante perceber que a pregação revela a realidade divina mas exige-se um relacionamento pessoal entre o crente e Deus[10] .
No segundo verso a autora se aproxima do deísmo. O "encontro" se dá em uma dimensão impessoal em relação à divindade. No "encontro" a divindade está "ausente". O encontro só é inteligível no sentido de se chegar ao conhecimento da atuação ou característica divina visto que a divindade é ausente. Mas ainda assim há uma observação a ser feita. Não é apenas a divindade que se cala mas há um silêncio, uma ausência de "todas as ausências", há uma falta de acalento por um ombro ou por um toque, e a sensação é a de se passar por uma noite "escura e transparente". Não é difícil achar este sentimento na Bíblia e, surpreendentemente, ela é encontrada no próprio Cristo, "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?"[11].
Na terceira linha do último verso temos algo próximo ao que o autor de Hebreus define como Fé: "a prova das coisas que não se veem". Há uma certeza de que Ele está lá, mas transcendente, inalcançável, ponto no qual a autora de aproxima ainda mais do deísmo, assim como nas duas últimas linhas onde a autora de declara ausente dos jardins da divindade ausente.

[1]Depois traga Arão e seus filhos à entrada da Tenda do Encontro e mande-os se lavar. (Êxodo 29:4)
[2]Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. (João 15:3)
[3]Ora, se morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos. (Romanos 6:8)
[4]Meus ouvidos já tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. (Jó 42:5)
[5]E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos (Joel 2:28)
[6]porque a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor (Habacuque 2:14)
[7]Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. (Hebreus 1:1,2)
[8]Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus (1 Timóteo 2:5)
[9]Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. (Mateus 6:6)
[10]Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. (Romanos 12:1)
[11]Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: “Eloí, Eloí, lamá sabactâni?”, que significa “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?” (Marcos 15:34)
[12]Hebreus 11:1

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Sobre Eclesiastes e Brás Cubas

Nesta semana fiz uma prova sobre o livro de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas. Gostei muito do livro, apesar da dificuldade consequente da linguagem de época, e achei difícil não fazer um paralelo com o livro de Eclesiastes. Considero as perspectivas e conclusões dos autores muito parecidas e há vários momentos paralelos entre as obras. 
Um dos pontos mais conhecidos do Eclesiastes é a declaração "vaidade de vaidades, tudo é vaidade", considero este um ponto central do livro, essencial à compressão da obra, e o livro de Machado de Assis começa colocando exatamente a mesma visão de mundo ao descrever o devaneio de Brás Cubas antes de sua morte. 
O segundo ponto interessante e também muito conhecido do Eclesiastes é onde ele trata das paixões da juventude: "lembra-te do teu criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias e venhas a dizer 'não tenho neles contentamento'". Brás Cubas passa por um momento muito interessante que exemplifica bem esta passagem. Ao ser separado do grande amor de sua juventude, à força, logo encontra outro entretenimento e em poucos dias ele passa por um processo de desespero (afinal todo jovem acha que esta perda é o fim da vida e condenação a uma solidão vitalícia), aceitação e superação. Umas conversas sobre poesia fazem que ele esqueça sua amada, por mais irônico que pareça, e quando a reencontra acabou-se a paixão eterna. 
Partindo para os pontos menos conhecidos do Eclesiastes, encontramos a questão da busca do conhecimento. O pregador declara ter adquirido grande conhecimento e constata que é pura vaidade, a expressão "correr atrás do vento" é bastante significativa em relação ao tema. Assis usa a figura de Quincas Borba para fazer uma caricatura que mostra muito claramente essa ideia. Quincas Borba tem uma história muito interessante, dos melhores alunos das melhores escolas à mendicância e de volta às elites, como filósofo, e daí à loucura. Crítica explícita aos filósofos. Ponto muito curioso é este estar consciente de sua loucura. 
O último ponto ao qual pretendo abordar é o fim comum, mesmo para pessoas muito distintas. "Este é o mal que há em tudo o que acontece debaixo do sol: o destino de todos é o mesmo.", diz o pregador. Pelo menos dois capítulos do Eclesiastes são sobre este tema. Num dado momento Brás Cubas se encontra com duas mulheres que, apesar de levaram a vida de forma totalmente adversa, tem um fim parecido, solitárias e abandonadas. Uma usava sua beleza para atrair o extorquir os homens, a outra, que apesar de bela é coxa, era simples, uma linda pessoa. Bastante importante reparar que o encontro com as duas se dá num mesmo momento o que evidencia a intenção do autor de fazer a comparação. 
Enfim, gosto muito de ambos os livros, alguns cristãos não percebem a perspectiva pessimista do Eclesiastes e tem dificuldades em entender quem tenha essa visão de mundo. Acho que a análise em paralelo das obras é bastante útil por esse motivo. 
Espero ter sido claro o suficiente para que todos os que tenham lido identifiquem os pontos e omisso o suficiente para não dar detalhes que excluam a necessidade de ler as obras. 
Espero que leiam! Espero que gostem!

sábado, 26 de setembro de 2015

O Cordeiro de Deus


Recentemente, conversando com um amigo, chegamos à questão do objetivo da vinda de Cristo. Não era o objetivo da conversa, chegamos por acaso, mas é um tema recorrente, inclusive, na apologética cristã, por muitos afirmarem que aplicar a Jesus o título de Cristo é incoerente com o Antigo Testamento, dadas as expectativas messiânicas judaicas. Pensando em me desculpar por ter saído às pressas no meio da conversa, achei que deveria, também, me explicar melhor. Pensando e remoendo, achei interessante escrever sobre, já faz tempo que não escrevo e... Excelente oportunidade!
Em primeiro lugar, é fato pacífico, mesmo entre os cristãos, que os judeus da época de Cristo, e até hoje, não esperavam um messias como Jesus. Inclusive seus discípulos, mesmo depois de tanto tempo com ele, ainda não tinham clara a perspectiva de morte de seu mestre. Em uma de suas aulas, Valtair Miranda, um de meus professores, expôs e ideia de que Judas, quando traiu a Jesus, esperava vê-lo vencer o exército romano e assumir seu lugar como rei de Israel, o que não seria nada demais para quem mandou o mar se calar[1] e foi recebido em Jerusalém como o grande messias, dias antes[2]. Importante ressaltar também a atitude de Pedro quando Jesus fala de sua morte[3]. Outro ponto relevante é o visível desapontamento dos discípulos após a crucificação[4]. Apesar destes pontos, considero que a missão principal de Cristo era morrer, sendo os apóstolos chamados para divulgar este fato.
Minha intenção neste texto não é discutir se as profecias messiânicas são claras em relação ao tema, mas expor a ideia de que a história do Antigo Testamento demonstra a necessidade do sacrifício de Cristo em prol da humanidade.
Deus cria o homem e prepara um lugar para ele... ele peca; Deus avisa a Caim: "não peque!"... ele peca; Deus recomeça com uma única família em Noé... o homem volta a pecar. Até que Deus separa Abraão, faz dos seus descendentes um povo separado para que possa se revelar de forma mais clara. Mas a história deste povo não é diferente do resto da humanidade, Abraão mente, Isaque mente, Jacó mente, os filhos de Jacó, por inveja, vendem seu irmão como escravo, o povo que sai do Egito não chega a Canaã por sua rebeldia, os que chegam a Canaã se rendem aos cultos locais... Bastante importante perceber que o povo é levado para a Babilônia por serem desobedientes, injustos e idólatras, e mesmo depois do retorno do cativeiro os profetas continuam a ver e apontar injustiça e pecado no meio do povo.
Este primeiro ponto deixa bem clara a necessidade da graça. O homem, por si mesmo, não tinha a condição de servir a Deus em santidade, e para o Deus revelado no Antigo Testamento este é um requisito necessário[5][6]. O fato de haverem pessoas justas não nos permite dizer que "as pessoas" eram justas, a meu ver são raras exceções em meio a um povo perdido[7], e o amor de Deus ia muito além de um justo de vez em quando.
O segundo ponto é que o castigo pelo pecado é a morte, daí surge o sacrifício. Se o preço é a morte eu pago com uma vida. Ainda no jardim do Éden, Adão ouve o aviso de que no dia em que pecasse morreria[8]. Adão peca e não morre materialmente, concluímos então que se trata de uma morte por estar separado da fonte da vida. A morte material nessa situação representa uma morte longe de Deus e consequente condenação. Quando chegamos a Moisés esta ideia fica clara com a instituição dos sacrifícios. O homem não pode pagar por seu pecado mas Deus provê uma outra forma de pagamento. Assumindo esta perspectiva, o sacrifício de um animal tem um fim estritamente didático: entender que o preço do pecado é a morte e; outro tem que morrer no meu lugar, e Deus demonstra seu amor e misericórdia morrendo, Ele mesmo, por nossos pecados.
Acho importante ressaltar que este é, também, o foco da pregação dos apóstolos[9][10][11].
"Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", disse João Batista, iniciando o ministério de Cristo, e vaticinando sua missão.

[1]Ele se levantou, repreendeu o vento e disse ao mar: "Aquiete-se! Acalme-se! " O vento se aquietou, e fez-se completa bonança.
Marcos 4:39
[2]Uma grande multidão estendeu seus mantos pelo caminho, outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pelo caminho.
A multidão que ia adiante dele e os que o seguiam gritavam: "Hosana ao Filho de Davi! " "Bendito é o que vem em nome do Senhor! " "Hosana nas alturas! "
Quando Jesus entrou em Jerusalém, toda a cidade ficou agitada e perguntava: "Quem é este? "
A multidão respondia: "Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia".
Mateus 21:8-11
[3]Então advertiu a seus discípulos que não contassem a ninguém que ele era o Cristo.
Desde aquele momento Jesus começou a explicar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse para Jerusalém e sofresse muitas coisas nas mãos dos líderes religiosos, dos chefes dos sacerdotes e dos mestres da lei, e fosse morto e ressuscitasse no terceiro dia.
Então Pedro, chamando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: "Nunca, Senhor! Isso nunca te acontecerá! "
Mateus 16:20-22
[4]e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu.
Lucas 24:21
[5]Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.
Isaías 59:2
[6]Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Isaías 1:15
[7]Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer.
Salmos 14:3
[8]mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá".
Gênesis 2:17
[9]Este homem lhes foi entregue por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus; e vocês, com a ajuda de homens perversos, o mataram, pregando-o na cruz.
Atos 2:23
[10]Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.
1 Coríntios 2:2
[11]Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,
1 Coríntios 15:3

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Palácios no Deserto

"Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho." (Filipenses 1:21 ARC)

Não é difícil perceber que Paulo de fato pensava assim. Ao ler as páginas da Bíblia que narram seus atos é gritante a entrega feita pelo apóstolo, de sua própria vida, sem reservas, à Cristo. Bastante explícito também é o fato de que essa entrega não se deu através de uma reclusão em busca de um encontro com o transcendente, mas de uma entrega ao serviço ao próximo, e serviço esse na forma de pregação do Evangelho de Cristo. 
Pelo leitura das epístolas apostólicas percebemos também que aceitar a Cristo, de maneira geral, representava abrir mão da vida, até então usufruída, em troca de uma esperança. Isto nem sempre é percebido numa leitura superficial do Novo Testamento devido a estarmos inseridos numa sociedade altamente influenciada pela cultura cristã, onde se tornar cristão é, para muitos, simplesmente, reconhecer sua existência. Os primeiros cristãos tinham que se tornar "novas criaturas", com uma nova esperança, nova não apenas para o convertido, mas recentemente trazida ao mundo. Tinham que se desprender de toda uma cultura legalista farisaica, ou politeísta greco-romana, para um monoteísmo de três pessoas que até hoje muitos não entendem. 
Diferentemente, hoje, por mais que ser cristão seja visto como algo retrógrado e ultrapassado, nossa busca não é por uma ruptura cultural, o que chamamos de transformação em geral é uma recuperação, o Evangelho tornou-se uma filosofia pela qual o cidadão pode se aprimorar e viver uma "vida plena", e a grande busca é por como se tornar um cidadão que contribui para o desenvolvimento da sociedade, ou ainda, como tornar a sociedade mais próxima do que entendemos como "Reino de Deus". Apesar de acreditar que esta contribuição faça parte do "ser sal", às vezes parece que buscamos criar uma sociedade onde seja confortável ser cristão para que não se precise viver da esperança. 
Formamos grandes jardins e nos sentamos para apreciar os frutos. Levantamos uma cobertura e não precisamos mais sair ao Sol. Construímos muitos quartos, afinal, devemos ser hospitaleiros. Erguemos um grande salão, onde o povo possa adorar com todo conforto. Levantamos palácios no meio do deserto para mostrar o quanto Nosso Deus é bom! Mas nos esquecemos de que o deserto não é nosso lar.